Você sabia, Iala, que uma prostituta faz menos sexo forçado que a maioria das mulheres casadas?
Estatísticas, meu amor!
Estatísticas!
É tudo um grande erro!
Um equívoco!
O amor casado não soma.
Não multiplica.
Divide.
Subtrai.
E se esvai lentamente no ritmo incansável da mesmice dos cônjuges.
E morre a cada dia diante das questões legais dos relacionamentos.
E o amor se deita por deitar.
E se dá por dar.
Pra poder cumprir os ritos legais.
Que nós, os homens, exigimos sejam cumpridos.
Com tesão ou sem.
Com amor ou sem.
Com dor de cabeça ou sem.
Com a rejeição dos que não mais se amam ou sem.
Com tudo que há de ruim no mundo ou sem.
Entendeu?
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Querida Hilzemeire:
Hoje não vou dormir em casa.
Fui convidado para uma balada na casa de Marcinha Laura.
Pena você morrer de ciúmes dela.
E ela não gostar de você.
De lá, vamos a uma boate.
De manhã, vamos tomar banho pelados em Tabatinga.
Acho que é só!
Não me espere.
Dorme tranquila!
(...)
Te amo!
PS:
Você não vai ficar zangada, vai?
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Lascívia Pauletti me disse ontem, Gauzélia, que eu sou um homem muito chato!
Homem, não!
Usou sujeito.
Que mesmo que eu fosse o último sujeito do mundo, ela não daria pra mim.
E que tinha dó de você.
Caralho, fiquei chateado!
Sempre achei que abafava com Lascívia Pauletti.
E esta agora?
Mas quer saber?
Não quero saber o que você pensa de mim.
Deixa quieto!
E, ademais, aprendi desde criança que quem desdenha quer comprar.
Tenho certeza que é isto!
Porque, porra, eu sou um sujeito legal pra caralho!
Sujeito, não!
Homem!
Não sou?
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Três anos, Frínola, que eu levei o meu último corno!
Com o corno do Elânio Luiz.
Agora outro!
Com o corno do Paulo Daniel!
Eu sou um corno periódico!
E você é uma vaca sem-vergonha!
De quantos paus você precisa pra viver?
Um!
Dois!
Três!
É isto?
Você é uma maníaca sexual?
Então, vamos fazer o seguinte:
Vou convidar o corno do Elânio Luiz e o corno do Paulo Daniel pra morar aqui.
Aí você tem pau à vontade.
E eu deixo de ser corno periódico.
E passo a ser corno em período integral.
Tá satisfeita?
Ou tem mais alguém?
Mais algum pau!
Que eu não sei!
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A crise econômica, Ermeana, anda afetando a nossa vida sexual!
Os mimos estão cada vez mais difíceis.
E você não abre mão!
Acostumei você muito mal.
Uma pulseirinha, uma punhetinha.
Um brinquinho, um boquetezinho.
Um anelzinho, uma fodinha legal.
Um colarzinho, um amorzinho anal.
A coisa tá feia!
Pelo andar da carruagem, até o final do ano eu tô na mão.
Fudido e mal pago.
Bem feito pra mim!
Que sempre alimentei a prostituição familiar.
Que dizem não existir!
Uma ova!
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Diz o ditado, Deluanira:
Se Deus fez uma coisa melhor que mulher, guardou pra ele!
Discordo!
É impossível que Deus tenha uma coisa melhor que mulher só pra ele.
Se tivesse, o universo estaria uma bagunça.
Tudo de cabeça pra baixo.
Rio correndo pra cima.
Montanha virada pra baixo.
Elefante voando.
Passarinho puxando carroça.
E eu pediria pra morrer só pra descobrir o segredo de Deus.
(...)
Melhor que mulher?
Difícil, hem!
Nem Deus!
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Eu, Carliza, não tive chance de conhecer outras mulheres!
Empaquei em você!
Primeira.
Segunda.
Terceira.
Quarta.
A mulher definitiva!
A minha escola.
A minha musa.
O meu chão.
Já ouvi falar em filho único.
Em amor único.
Mas nunca tinha ouvido falar em mulher única.
Que é você, definitivamente, para mim.
Até o resto dos dias!
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Gostei, Betuânia, daquele teu humor ácido de ontem à noite!
Você tá ficando muito espertinha pro meu gosto.
Uma espertinha engraçada.
Cheia de direito!
Tá lembrada do que eu propus pra você?
Que a gente deveria arrumar uma nova posição pra gente se divertir.
E o que você me respondeu?
"Vamos, vamos sim arrumar uma nova posição pra gente se divertir! Você vem para a pia lavar a louça e eu vou para o sofá assistir televisão!"
Engraçadinha!
Muito engraçadinha!
Muito moderninha pro meu gosto!
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Tudo o que você fala, Almaraneide, eu tenho que engolir!
Você parece uma metralhadora.
Cospe mil adjetivos por minuto.
Não ouve.
Não quer saber.
Anda pra lá e pra cá e atira para todos os lados.
Eu não tenho tempo para falar.
Você não para nem para respirar.
Atira! Atira! Atira!
De manhã, o chão da sala amanhece coberto de mágoas.
De rancores ensanguentados.
De verbos arrependidos.
De adjetivos envergonhados.
E levantamos.
Você pega a vassoura e empurra tudo pra debaixo do velho tapete dos casais.
E tudo volta ao normal.
Até a próxima crise.
Em breve!
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Uma zona ontem à noite, Zizi!
A casa cheia, você bêbada se insinuando pra Benito Gabriel.
Se insinuando, não!
Se esfregando nele.
Uma vaca!
Uma vaca de vestido decotado, vermelho.
O povo inteiro viu.
Levei uns 50 'tapinhas' nas costas.
Sabe aqueles 'tapinhas'?:
"Fica chateado, não! Isto passa!"
"A vida é assim mesmo!"
"Você tá bem!"
Deu vontade de te socar.
Só não te soquei porque esta merda toda tem algo de bom.
Quando o povo vai embora, você me joga na cama.
Tô acostumado!
Bota a tua puta pra fora e me mastiga inteirinho, até os ossos!
Me chamando de Benito Gabriel, é claro!
Mas eu não ligo!
A coisa é boa pra cacete!
E quando amanhece o dia, você não se lembra de mais nada!
É o seu natural.
A minha aceitação.
E pronto!
E assim vamos vivendo felizes para sempre!
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Um amigo meu, Ylíada, matou a mulher porque ela salgou o bife!
Uma amiga minha matou o marido porque ele mijava na tampa do vaso sanitário.
Um vizinho meu queimou a boca da namorada porque ela deixava a pasta de dente destampada.
Uma conhecida minha cortou o pau do marido porque ele deixava pelos púbicos no sabonete.
Um colega de trabalho cortou os bicos dos peitos da noiva porque ela estava com uma blusa decotada.
Uma amiga da minha amiga asfixiou o amante porque ele roncava demais.
Me desculpe!
Tô fora!
Na lista dos homens que se fuderam preencho todos os requisitos básicos.
Tchau!
Até mais!
Te amo!
Ô, ô!
Não tenho endereço!
Eu, hem?
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Lena Lia, Wilna, me disse:
Wilna tá de sacanagem com você!
E!!!
Sacanagem, cara!
E!!!
Ela gosta de mim!
!!!
Verdade!
Ô coisa!
Fica frio!
Caralho!
Na sua!
Chance de ficar no meio?
Safado!
E ai, Wilna?
Alguma chance?
Também gosto de sacanagem.
Outro homem?
Melou!
Deixa pra lá!
Assim! Assim!
Pode comer Lena Lia em paz!
O meu amor é o mesmo!
E!!!
Com um pouquinho mais de admiração!
Afinal, liberdade é tudo!
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Quando você me deixou, Xuxa, pensei que fosse morrer!
Tontura.
Crises nervosas.
Insônia.
Cerveja.
Cigarro.
Nelson Gonçalves.
Gardel.
Lord Byron.
Álvares de Azevedo.
Igreja.
Prozac.
Quase morri!
5 dias se passaram.
E passaram...
E passaram...
E passaram...
E passaram...
E passaram...
Ô, ô!
E estou aqui!
A vida não é tão cinzenta.
As manhãs não são tão chuvosas.
O meu humor...
Ah, o meu humor!
Parabéns pra você!
Você soube como devolver o meu humor.
Graças a Deus!
Você é uma mulher iluminada.
E já foi tarde!
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Às 3 da manhã, Vanessa, você dorme!
Eu aqui sozinho em meu quarto.
1 litro de uísque.
2 carteiras de cigarro.
Toquinho&Vinícius flutuando pelo ar:
"E por falar em saudade onde anda você
Onde anda seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou morto de tanto prazer."
Me bateu uma agonia.
Uma coisa.
Um não sei o quê.
1 dose dupla de uísque.
2 cigarros ao mesmo tempo.
Uma vontade de me encolher.
E ficar ali quietinho, miudinho, morrendo de saudade de você.
Ô noite longa!
Ô eternidade!
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