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Do nada, numa tarde sem rumo, ela apareceu.
Linda, cabelos ao vento, leve, precisa, perfeita.
Eu, sem rumo.
Ingrid Beatriz, minha última esposa, acabara de me encher o saco; sempre foi minha dona!
Um sorriso, um leve consentimento com a minha surpresa por tanta beleza... e bastou.
Apenas a linguagem dos olhos.
A cumplicidade dos que já se conhecem há anos.
E pronto!
A paixão escreve certo por linhas tortas.
E aqui estou, com todos os rumos do mundo nas mãos.
Escolhendo o terno para o meu casamento.
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Perdoem-me Maria Júlia, Ane Gabriele e Ingrid Beatriz, minhas ex-esposas.
Agora é definitivo!
Encontrei o grande amor da minha alma, a minha cara-metade... a minha alegria adormecida.
Maria Luiza!
Maria Luiza é o nome da minha vida.
É o nome da noiva.
Da minha paixão definitiva.
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Queridos leitores do Diabo a 2:
Desde janeiro de 2008 faço aqui uma reflexão sobre relacionamentos de casais.
Muitas vezes machistas, às vezes ácidas, bem-humoradas, reflexivas, idiotas, inteligentes, burras, revolucionárias, libertárias... humanas.
Depois de 492 posts, haja assunto!, aconteceu algo inesperado em minha vida.
Depois de 4 casamentos, vou me casar de novo.
E então resolvi, não sei até quando, fazer um diário - não tão diário - da minha relação com o meu novo amor.
Não sei a partir de que dia vou fazer isto e se vou conseguir fazer isto.
O assunto é pedra pura.
Ainda estou organizando a minha cabeça para mais uma maravilhosa revolução que é o ato de conviver com uma pessoa nova, ou melhor, um amor novo.
Depois de assentar a poeira, vou com tudo.
Só espero que o meu novo amor entenda o que eu aprendi a entender.
Que o amor agora é tudo, amanhã...
Não chore, Ildinha!
A solidão não pode ser pior que o amor.
Este abestalhado...
E desalmado senhor.
De fêmea, Marinha, entendo tudo!
De mulher, nada!
O que faço com você que é fêmea e é mulher e só entendo a sua metade?
Te divido em duas?
E vivo duas vidas?
Ô bicho doido é o amor, Lilinha!
Hoje ama, amanhã não ama; depois de amanhã ama, depois de depois de amanhã não ama; depois de depois de depois de amanhã odeia.
E vai, e volta, e rodopia, e vai, e volta, e rodopia...
E gira, e vai, e volta, e rodopia, e gira e goza numa chorosa gargalhada do coração matreiro.
Não seja ridícula, Nevinha!
Se matar por minha causa?
Deixe de ser besta, mulher!
O mundo tá cheio de macho.
O que anda em falta é homem.
Não chore, Lindinha!
O amor é um bichinho danado de safado mesmo.
Cutuca, faz cócegas, sorri... dá grandes gargalhadas.
E depois fecha a cara, rosna... fica de mal.
Mas amanhã ele acorda manso e inocente.
E beija, e abraça, e acolhe, e ama.
E sorri... só isso!
Mas dói!
Vou te dizer uma coisa, Ilzinha:
No meio do carnaval do meu coração em festa só dá você.
Você é a minha escola de samba, a minha porta-bandeira.
Você é o meu batuque, o meu samba-enredo.
Você é a apoteose da minha paixão enlouquecida.
O meu Rio de Janeiro.