Hoje em dia quanto me custaria um amor sem compromisso, comprometido apenas em amar?
Quanto me custaria um amor sem vínculos?
Um amor sem promessas?
Um amor sem relação para discutir?
Quanto me custaria um amor que só amasse?
Um amor impoluto, casto, como o frescor de uma manhã de chuva num dia de primavera.
Quanto me custaria um amor sem correntes?
Um amor que tivesse asas e me desse asas.
Quanto me custaria um amor desses?
Apenas um sorriso?
Um levíssimo abrir e fechar de pálpebras?
Uma tarde fria e preguiçosa?
Ou uma simbiose humana?
Ando encabulado.
Algo de grave aconteceu com o eu&você.
Já pensei, repensei, procurei, contratei detetive, pus anúncio no jornal, fui no terreiro de macumba, pedi ajuda aos anjos.
Vasculhei cavernas, subi montanhas, levantei edifícios, procurei na noite, nos becos da cidade, nos altares das igrejas.
Já procurei na sua cabeça, no seu estômago, no seu fígado, dentro do seu coração, no sentido das palavras, na clareza do silêncio.
Já vasculhei a sua alma de ponta a ponta e não achei.
Nada!
Por favor, me responda com sinceridade:
Em que lugar do mundo ou da sua vida você escondeu a sua paixão?
Ou será que eu a devorei com a minha canibalesca voracidade por paixões repentinas?
E está escondida no meio da zona que é a minha carência sem fundo.
No momento não posso dizer se te amo ou te odeio.
Você não pode falar essa quantidade de merda e ficar por isso mesmo.
Você me chamou de viado, de frouxo e de cachorro.
Ainda por cima enviou e-mail para todas as suas amigas contando todos os detalhes da baixaria (eu só abri a boca pra dizer uma palavra).
E ainda sublinhou:
"Viado, frouxo e cachorro".
E repetiu:
"Viado, frouxo e cachorro".
Vou te falar uma coisa:
Dessa vez passa, mas da próxima eu vou quebrar a porra desse computador e aí quero ver você ficar me desmerecendo pra esse monte de cadelas, suas amigas.
Você entendeu ou preciso repetir?
Sua cadela maluca, moderninha e desalmada!
Eu a vi passar na praça por 3 meses.
Linda, um cisne cheio de plumas suaves.
Cada dia o coração...
E cadê a coragem de o sapinho se apresentar ao cisne.
Um dia, 3 cervejinhas na cabeça, a coragem.
Amor e cerveja fazem de qualquer tímido apaixonado um heróico guerreiro.
E fui!
Fiquei cara a cara com ela.
Fui falar alguma coisa bonita e ela passou por mim como se eu fosse o homem invisível.
Filei ali parado com a minha cara de sapinho.
Das duas uma:
Ou o cisne é cego ou o sapinho não existe.
Ou, talvez, seja apenas arrogância de um cisne narcisista.
Amanhã, tento de novo.