E eu disse a ela no quente da batalha:
Não sofra, meu amor!, o amor é sempre assim.
E enfiei um adjetivo pontiagudo na sua alma.
Ela tremeu, mas reagiu...
Mandou de volta um adjetivo com 5 pontas afiadas que me atingiu o coração.
Contra-ataquei:
Enfiei-lhe garganta abaixo uma vírgula, um ponto e vírgula, reticências e tentei ser humano dando um ponto final em nossa fútil guerra.
E disse novamente:
Não sofra, meu amor!, o amor é sempre assim.
E acrescentei:
Mel no início e fel no fim.
Ela ainda esboçou uma reação.
Mas a lágrima rolou mais rápida que as palavras.
E eu corri para o colo do doce silêncio.
No momento da discórdia, Lauren, as coisas esquentam!
Os olhares fumegam.
O nariz se movimenta.
As rugas aparecem na testa.
As palavras azedam.
É preciso calma.
Jogo de cintura.
Pra não entornar o caldo.
E não se fuder no dia seguinte pela acidez dos adjetivos.
Pela escolha opressiva dos verbos.
Pelas frases imperativas.
Pelas promessas vãs.
Pacote completo da incompetência humana pra se relacionar em paz.
E plenamente!
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TõeRoberto-post in jampa/pb