A dose de música, o rum na cabeça.
O coração dilacerado.
O copo de veneno na alma.
O nome cravado na pele.
A dor lancinante.
A memória do anjo.
A noite obscena.
A espera...
No quarto, o demônio acende a fogueira da paixão para incendiar o meu coração desesperado...
E enterrar o que resta da minha vida no inferno dos mal-amados.
Sem piedade, eternamente.
TõeRoberto
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Hoje é o último dia dos tempos da minha vida sem rumo.
Estou nos últimos preparativos para mergulhar de cabeça em meu novo encantamento: Maria Luiza!
Amanhã, me caso!
E depois de amanhã amanhecerei com 3 sóis iluminando a minha janela.
583.000 pássaros cantando a minha canção preferida.
45 horizontes se estendendo pela linha dos 5 mares que estarão à minha frente.
E todas as cicatrizes dos amores antigos se dissiparão.
E estarei sublimado pela presença da mulher que entrou em minha vida.
Que estará dormindo em paz, enrolada em suas asas de anjo, vigiada por um minúsculo feixe de luz.
A juventude, Fabrízia, os projetos de vida, tudo se vai com o casamento.
Atroz!
É a palavra?
Ou algoz?
Ou se fudeu?
O direito deveria conter matérias específicas sobre casais.
Não sobre adultérios, obrigações conjugais!
Mas sobre diferenças cruéis de educação!
De diferenças naturais entre macho e fêmea.
A quem podemos recorrer?
O sentimento das pessoas não consta do Código Civil nem do Criminal.
Somos pessoas solitárias à mercê de nossas próprias contradições.
Crianças carentes disputando espaço e atenção.
Adultos solitários engasgados na própria solidão.
Um carinho pelo amor de Deus!
Um minutinho, por favor!
É tudo o que somos!
E, se casados, ficamos em débito na contabilidade dos anjos.
Para sempre!
Sem lei nenhuma que nos proteja.
Das mazelas das carências afetivas... do outro!
Que também sou!
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TõeRoberto-post in jampa/pb
- Ah, Nereneuza Silena, se eu dissesse que depois que você foi embora a minha melhorou pra caralho, ninguém acreditaria!
- Achariam que quem desdenha quer comprar.
- Que eu falo só da boca pra fora.
- Que estou é com os cornos coçando.
- Que eu falo pra disfarçar.
- Ah, Nereneuza, existem bens que vêm para o mal e existem males que vêm para o bem!
- Você, Nereneuza, na minha vida, foi as duas coisas de uma só vez: dias pares, o anjo; dias ímpares, o demônio - o resto dos dias, você - o meu amor doído!
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(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
Post in João Pessoa/PB