Já fui um sujeito muito amado.
Compunha poemas para os meus amores.
Fazia serenatas em noite de lua.
Uivava feito um lobo esfomeado e apaixonado embaixo das suas janelas.
E isso foi durante muito tempo.
Mas o amor tem o mau hábito de nos deixar cegos.
Depois de tempos, comecei a enxergar a história dos meus amores.
Percebi que mais de 1 vez me amaram, depois desamaram, me amaram de novo, desamaram novamente, amaram de novo...
Lembro-me que eu escrevia e rasgava poemas, cancelei serenatas e chorava feito uma criança abandonada embaixo das suas janelas.
Um dia, de tanto vai e vem, enchi o saco e mandei o amor à merda.
E escrevi o meu último poema:
Amor, ô bicho chato!
E vivi feliz para sempre.