Eu percebi quando o amor desandou.
O pássaro desafinou na janela da sala.
A rosa vermelha murchou no jardim.
A música do Chico doeu no coração.
O silêncio tomou conta da casa, da rua, da cidade.
Eu fiquei estático, petrificado, desarranjado...
E ela...
Ela chorava tanto que ninguém percebeu que estava chovendo.
E suas lágrimas, o rio caudaloso no leito do meu coração.
TõeRoberto
10 minutos sem você!
Abri a porta, olhei a rua, a praça, o sorveteiro.
Um silêncio educado passou pelo jardim.
Um pássaro fez piruetas no ar.
O dia se escancarou com toda as metáforas possíveis.
E eu sorri.
Meu Deus! eu era infeliz e não sabia.
Eu disse a ela:
Me dê um motivo pra eu te amar.
Ela:
Você é o meu pássaro fora da gaiola!
Eu:
Com asas ou sem asas?
Ela ficou em silêncio.
Olhei pra ela, bati as minhas asas, levantei voo...
E voei pela livre imensidão do céu azul.
E senti no rosto a liberdade de quem sabe brincar de amar.
Ela?
Deu com as mãos...
E apenas chorou.
Houve um tempo, Xânila, em que eu olhava os seus olhos e os confundia com as estrelas.
Ouvia a sua voz e pensava no pássaro da felicidade.
Pronunciava o seu nome e me aproximava de Deus.
Houve um tempo...
Em que você morava no meu coração
E, juntos, criávamos borboletas, beija-flores e arco-íris.
E os Jardins da Babilônia eram tudo o que eu enxergava.... com você, Amitis, se banhando nas suas águas cristalinas.
Houve um tempo...
Em que eu/você, nós, éramos felizes.
Em que eu&você éramos nós.
Houve um tempo... há muito tempo atrás!
Que se foi.
Escorreu lentamente de nós.
E se esvaiu no tempo.
Inexorável!
(...)
Mas houve um tempo...
.
(Fonte: Texto - Autoria de Tõeroberto)
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